Entrevista com Milton Leite

12/02/2012 21:50

A entrevista de hoje é com o grande Milton Leite (que beleza...). Nascido dia 05 de março de 1959, jornalista e locutor brasileiro, começou sua carreira em 1978 na cidade de Jundiaí, e a partir daí passou por diversos veículos de comunicação, entre eles o jornal O Estado de São Paulo, Rádio Difusora de Jundiaí, além da Rádio Jovem Pan.

Confira agora a entrevista completa:

Lucas Mergel: Milton, no começo de sua carreira na Rádio Difusora de Jundiaí qual foi o momento mais marcante que passou lá? Teve alguém em especial que te ajudou e te ensinou o caminho para crescer na profissão?

Milton Leite: Todo mundo com quem convivi naquela época me ajudou, foi importante, porque eu nunca tinha imaginado trabalhar em rádio e não conhecia nada, não entendia. Tudo foi aprendizado. O momento que me lembro até hoje foi a primeira transmissão de um jogo ao vivo, São Paulo 3 x 0 Paulista, no Morumbi. Eu era repórter de campo. Muricy Ramalho jogava no São Paulo, marcou dois gols.

LM:  Durante sua carreira, você passou por grandes emissoras, como a Jovem Pan, ESPN Brasil e Sportv. Qual foi e melhor época em sua carreira, porque?

ML: Considero que vivo neste momento a melhor fase da minha carreira. Por tudo que prendi, pela experiência que acumulei, pelos eventos que tenho feito. Mas em todos os lugares tive momentos importantes. Tanto a Jovem Pan quanto a ESPN Brasil foram importantes na minha vida, tenho grandes amigos nas duas empresas até hoje e sinto saudades das coisas que fiz nos dois lugares.

LM: Qual é o conselho que daria para um estudante de jornalismo para que se tornasse um grande jornalista, como você?

ML: Primeiro, que tenha certeza de que gosta mesmo da área e que tem algum talento pra ela. Não basta só querer ser. E o mais importante é estudar sempre, ler muito, assistir muito, ouvir muito. E não só na área de interesse. Sempre fui apaixonado por esportes, mas acredito que só consegui algum sucesso porque trabalhei também com economia, com variedades, desempenhei várias funções em jornal, rádio...

LM: Você já fez coberturas de diversos esportes e diversas competições. Qual foi a competição que mais gostou de cobrir, porque?

ML: É muito difícil separar as cosias numa escala. Todos os eventos que já tive o privilégio de cobrir foram espetaculares quando aconteceram. Eu, particularmente gosto muito de Jogos Olímpicos, porque não me considero um narrador de futebol. Sou um narrador de esportes, gosto de quase todos. Já fui a três Olimpíadas, todas muito legais. A de Pequim foi aquela em que fiz mais eventos ao vivo, nos ginásios. Por isso, talvez seja a mais marcante. Mas é óbvio que ter estado em três Copas do Mundo foi sensacional, já que aqui é o país do futebol, as coisas repercutem muito mais. A da África do Sul foi aquela em que estive num maior número de jogos nos estádios. Por isso foi a mais divertida.

LM: Se pudesse contratar qualquer jogador do mundo para seu time, qual contrataria?

ML: Hoje, Messi, o melhor do mundo.

LM: Qual foi ou qual é o seu maior ídolo no jornalismo?

ML: Tem muitos profissionais que leio, ouço e assisto para me tornar um profissional melhor.

Tem gente que nem é conhecida, mas que entraram na minha vida por terem me ajudado muito, mas não são de vídeo e não são conhecidos. Se for fazer uma lista, vou esquecer alguém.

LM: Como foi receber o convite para dublar os jogos FIFA? Gostou da experiência?

ML: Foi uma surpresa, porque nunca tive qualquer ligação com o mundo dos games. Foi uma experiência muito divertida, muito mais um trabalho de ator do que de narrador. Abriu para mim um espaço num público diferente do que já me acompanhava na TV.

LM: O seu livro sobre as maiores seleções brasileiras de todos os tempos é muito bom. Pretende lançar outros livros?

ML: Já lancei mais um “Os 11 maiores centroavantes do futebol brasileiro”. Eu gostaria muito de fazer outros, porque minha paixão é escrever e os trabalhos com a Editora Contexto, embora com prazos de entrega muito apertados, foram muito prazerosos. Pretendo continuar escrevendo, mas ainda não há nenhum projeto.

LM: Qual foi o melhor atacante que você viu jogar, ao vivo? Porque?

ML: Ronaldo. Porque não vi ninguém com a frieza na definição, habilidade, inteligência, senso de colocação em campo...

LM: Mano Menezes vem fazendo um bom trabalho frente a seleção brasileira. Concorda?

ML: Em minha opinião está fazendo um bom trabalho, principalmente no que diz respeito à renovação, colocando gente muito mais jovem. Um dos muitos erros do Dunga foi apostar em muitos jogadores envelhecidos.  Sem ter a pressão das eliminatórias, pode arriscar mais, ousar. O grande teste será a Copa América, principalmente porque será jogada na Argentina.

LM: O que falta para que o Brasil consiga sediar a Copa do Mundo de 2014 com dignidade?

ML: Seriedade por parte de quem está no comando.