Já deixou saudades, Santo...
Por: 3toques
Agora é oficial: Marcos parou. No dia 04 de janeiro de 2012, o maior ídolo da história recente do Palmeiras e, certamente, no top 5 de todos os tempos, o Santo, como foi apelidado no fim da década de 90, aposentou as luvas.
Campeão da Copa do Mundo – 02, Libertadores – 99, dentre muitos outros títulos, Marcos foi uma espécie rara de jogador. Palmeirense como poucos, teve tanto carisma a ponto de agradar, também, corinthianos e são paulinos; flamenguistas e vascaínos; gregos e troianos. São Marcos, como era chamado por 10 em cada 10 palmeirenses, ultrapassou os limites do clube que amou e que tanto lhe amou. Virou ídolo do Brasil. Lenda para a nação palmeirense, inesquecível para a brasileira.
É fato que os últimos anos não foram dos melhores. As últimas grandes alegrias, sem dúvidas, ficam no título paulista de 2008 e na milagrosa partida que classificou o Verdão às quartas de final da Libertadores – 09, contra o Sport, em plena Ilha do Retiro. Mas como esquecer da atitude daque “maluco”, campeão do mundo em 2002, no ápice da carreira, que deixou de ganhar milhões no Velho Continente para ficar no time do coração e disputar o pesadelo da Segunda Divisão?! No momento de seca que vive o Palestra, Marcos era um dos últimos motivos de orgulho para uma torcida ferida.
Pois bem, chegou o dia do capítulo final desta linda história de defesas, milagres e amor recíproco. Dentro de campo, Marcos já não era tão presente no Palmeiras (Deola disputou quase todo o Brasileirão de 2011). Culpa das lesões, da idade, do tempo… Tempo este que insiste em nos tirar, dia após dia, nossos maiores ídolos de dentro das quatro linhas. Por outro lado, o mesmo tempo ajuda-nos a criar os mitos. E Marcos, com a mais absoluta certeza, será um deles.
O Palmeiras possui três bustos de jogadores nos jardins do Palestra Itália, quais sejam Junqueira, Waldemar Fiúme e Ademir da Guia, o Divino. Marcos merece ser o quarto. Nunca atuou contra o Palmeiras (conforme exige o Estatuto do clube) e possui feitos que falam por si só.
Certamente, desempenhará alguma função no próprio clube, daqui alguns meses. Nasceu no Palmeiras, onde ficou por cerca de 20 anos e, nada mais justo, merece desfrutar ali a aposentadoria como atleta. Só de tê-lo no grupo, como o próprio técnico Luis Felipe Scolari já cansou de dizer, é de uma importância absurda.
Para os brasileiros, lá se vai um ídolo pentacampeão, fundamental naquele Mundial. Para os palmeirenses, é o adeus do maior de todos os palmeirenses. Goleiro de uma camisa só, Marcos estará para sempre na memória de quem o viu jogar e, haja o que houver, a campanha na Libertadores – 99 e o pênalti defendido na Libertadores – 00, frente a frente com Marcelinho Carioca, nunca serão esquecidos.
Ass.: Um devoto de São Marcos.